Banco Pan, Magazine Luiza e BR Distribuidora estão no portfólio dos multimercados da gestora de R$ 1,9 bi que tem herdeira de Amador Aguiar como sócia
A queda recente das ações na Bolsa brasileira – o Ibovespa tem desvalorização de 3,5% em agosto, até dia 23 – tem levado alguns gestores de fundos multimercados a aproveitarem o movimento para aumentar a aposta em nomes de alta convicção já em carteira.
Com o início de suas atividades em fevereiro de 2021, a Meraki Capital é um desses exemplos. A gestora é responsável por cerca de R$ 1,9 bilhão, sendo quase um terço da sócia investidora Lia Maria Aguiar, herdeira de Amador Aguiar, fundador do Bradesco.
Com uma cabeça voltada principalmente para as oportunidades que a Bolsa oferece, mas sempre com algum tipo de proteção para servir de para-choque em situações de estresse de mercado, a Meraki tem apostado em uma carteira que se beneficia do crescimento forte da atividade econômica em 2021, em um ambiente no qual o digital seguirá ainda bastante presente no dia a dia das empresas.
Neste sentido, Banco Pan (BPAN4), Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3), Multiplan (MULT3) e BR Distribuidora (BRDT3) estão entre as preferências hoje na carteira da gestora, com dois fundos na prateleira – Long Biased e Equity Hedge – que seguem basicamente a mesma estratégia em ações, com variações em relação ao tamanho do risco assumido por cada um.
“Estamos tendo uma retomada da atividade bem representativa da velha economia, das lojas físicas, mas a tendência de tecnologia é uma questão para os próximos anos, não vai acabar tão cedo”, diz Roberto Reis, sócio fundador e CIO da Meraki Capital, que, antes de se juntar à gestora, acumulou passagens por grandes conglomerados financeiros, estando à frente de estratégias de ações em casas como Bradesco Asset, Santander Asset e ABN Amro Bank, entre outras.
Reis afirma que, após um processo gradual de redução do risco desde meados de julho, a posição comprada na carteira do Long Biased havia encolhido para algo perto de 60% no início do mês. Com a recente desvalorização da Bolsa, o percentual comprado voltou a subir e está agora ao redor dos 70%, com viés de alta.
O Long Biased, com mandato para assumir um nível maior de volatilidade em busca de ganho de capital, rendia 8,37% em 2021, até 20 de agosto, ante 7,59% do benchmark adotado, que é a variação do IPCA mais as taxas de juros reais dos títulos públicos indexados à inflação.
O Equity Hedge, de risco mais moderado e foco na preservação de capital, avança 4,23% no intervalo. Neste caso, o índice de referência considerado é o CDI, que tem rendimento de 1,90% no mesmo período. Enquanto o Long Biased geralmente tem de 30% a 100% alocado em Bolsa, o Equity Hedge tem como proposta ficar até 30% comprado ou vendido em ações.
Fonte: Infomoney