Big Techs: o que são e seu impacto no mercado financeiro

Nos últimos anos, as Big Techs passaram a fazer parte do dia a dia de bilhões de pessoas. Conectando usuários e criando novas plataformas de serviços, essas companhias mudaram a nossa realidade e auxiliaram a tecnologia a ser levada para mais locais do planeta e no nosso cotidiano.

O próximo passo para muitos é a chegada das Big Techs no setor financeiro. Esse processo tem o potencial de causar grandes mudanças, pois levará corporações com uma nova visão de negócios para uma área que, até então, elas não estavam presentes.

Mas como isso afetará o mundo financeiro? As empresas devem se preocupar? Confira no nosso post com os seguintes tópicos:

  1. O que é uma Big Tech?
  2. Como as Big Techs funcionam?
  3. Como as Big Techs se relacionam com o mercado bancário atual?
  4. Como as instituições financeiras devem reagir?
  5. Até onde vai o poder das big techs?

O que é uma Big Tech?

As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia que dominaram o mercado nos últimos anos. Inicialmente pequenas startups, essas organizações, geralmente localizadas no Vale do Silício, criaram serviços inovadores e disruptivos se utilizando de um modelo de negócios escalável, dinâmico e ágil. Muitas vezes gratuitos, esses produtos passaram a fazer parte do dia a dia de várias pessoas, como é o caso dos serviços do Google, da Uber e da Netflix.

Como as Big Techs funcionam?

O principal motor das Big Techs é a inovação. Justamente por isso, o lema “move fast and break things” (mova-se rápido e quebre coisas, em português) é comum nessa área.

As companhias precisam definir novas tecnologias e serviços continuamente, atualizando produtos e dispositivos para atenderem às demandas e se manterem relevantes. Por isso, é comum que a cada ano as empresas desse setor promovam conferências para anunciar os seus próximos passos: nesse evento, o negócio permite que a comunidade de desenvolvedores se prepare e trabalhe lado a lado com ele para atuar junto na criação das novidades.

Como as Big Techs se relacionam com o mercado bancário atual?

Para se manterem inovadoras e lucrativas, as empresas de tecnologia estão direcionando os seus serviços para várias áreas. O mercado bancário não é diferente. Focando no potencial comercial e na possibilidade de gerar disrupção em um campo normalmente conhecido como rígido, muitos empreendedores estão voltando os seus projetos para esse ramo.

O Facebook, por exemplo, quer investir em pagamentos online com o apoio do blockchain. A ferramenta já chegou ao Whatsapp, com o WhatsApp Pay, e promete facilitar as transações comerciais no país. Esse é apenas um exemplo sobre os motivos para o mercado financeiro se manter atento e utilizar essa mudança como uma oportunidade de otimizar os seus processos e ser mais inovador.

A Amazon, anunciou uma linha de crédito para pequenos empreendedores em parceria com o Goldman Sachs. Os créditos poderão ser superiores a US$ 1 milhão e terão uma taxa de juros anual fixa entre 6,99% e 20,99%. A Apple já lançou o Apple Card e o Google, que não poderia ficar para trás, já tem planos para sua própria conta corrente.

WhatsApp Pay: nova função do aplicativo

O WhatsApp divulgou recentemente no Brasil o lançamento do recurso de pagamentos por meio do aplicativo (para celulares Android e iOS), inclusive no WhatsApp Business. A nova função permite que os usuários enviem e recebam dinheiro dentro do aplicativo, seja para pagar por produtos e serviços ou transferir dinheiro para parentes e amigos.

O Brasil é o primeiro país a receber a ferramenta que promete facilitar as transações comerciais no país, e o recurso será disponibilizado gradualmente para os usuários aos poucos.

Por enquanto, no WhatsApp Pay é possível realizar pagamentos com cartões de crédito ou débito do Nubank, Banco do Brasil e Sicredi de bandeiras Visa e Mastercard. Já as transferências podem ser feitas somente com cartões de débito ou combo suportados. A previsão do WhatsApp é que o recurso receba mais parceiros em breve.

Como funciona?

Para utilizar o novo recurso sem taxas de serviços basta habilitar um cartão parceiro no Facebook Pay. Em seguida, abra a conversa do contato que deseja enviar o dinheiro e, depois, pressione em “Anexar” e em “Pagamento”. Para prosseguir, insira o valor e uma mensagem para descrever o pagamento e toque em “PAGAR”. O pagamento deve ser aceito em dois dias e, caso o usuário não faça, ele retornará ao remetente.

Os usuários têm um limite R$ 1mil por transação e podem receber até 20 transações ao longo do dia com um limite de R$ 5 mil mensais. Além disso, são isentos de taxas de transações.

Já o WhatsApp Business não possui limite de transações para o comerciante receber pagamentos por vendas de produtos ou serviços, basta habilitar a opção. Para isso, o empreendedor precisa criar uma conta Cielo ou conectar uma conta existente da empresa para receber pagamentos por vendas. Para eles é cobrada uma taxa de 3,99% em cada pagamento dos clientes pelo aplicativo normal.

É seguro?

O WhatsApp afirma possuir um sistema avançado de armazenamento de dados e a criptografia que coleta os números dos cartões em uma rede separada e segura. Os usuários recebem um código de confirmação do WhatsApp, o PIN do Facebook Pay e o código de verificação. Para utilizar o recurso de forma segura.

Apesar disso, o novo recurso não utiliza criptografia de ponta-a-ponta, pois os bancos precisam receber as informações sobre cada pagamento.

Suspensão da Função

Logo após a divulgação do WhatsApp Pay, o Banco Central, como regulador e supervisor dos arranjos de pagamento no Brasil, demonstrou sua preocupação da nova modalidade do aplicativo reduzir a concorrência do setor e atrapalhar os planos de digitalização dos bancos brasileiros.

Com isso, o BC “determinou a Visa e Mastercard que suspendam o início das atividades ou cessem imediatamente a utilização do aplicativo WhatsApp para iniciação de pagamentos e transferências no âmbito dos arranjos instituídos por essas entidades supervisionadas.”. Isso no mesmo dia em que o CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, determinou a suspensão do acordo entre o aplicativo e a Cielo.

A decisão visa avaliar eventuais riscos para o funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiros e para preservar um adequado ambiente competitivo, uma vez que o WhatsApp tem uma base de clientes potenciais muito maior do que o cadastro de qualquer banco brasileiro com 120 milhões de usuários no Brasil, o que poderia causar uma concentração no mercado.

“A medida permitirá ao BC avaliar eventuais riscos para o funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e verificar a observância dos princípios e das regras previstas na Lei nº 12.865, de 2013. O eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do Regulador poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados.”, declara o Banco Central.

WhatsApp Pay começa a funcionar

Após uma minuciosa avaliação de riscos, o WhatsApp Pay foi aprovado recentemente pelo Banco Central e já está disponível para alguns usuários, que podem utilizar a nova funcionalidade para efetuarem pagamentos para contatos por meio do aplicativo, sendo possível enviar ou receber transferências de forma rápida.

Apesar de ter sido aprovado pelo BC e de já estar disponível no Brasil, a novidade ainda não chegou para todos através da versão estável do aplicativo.

Para que seja possível usar a função de pagamentos é preciso que outro contato que já possui a função faça um envio de dinheiro, dessa forma o recurso será desbloqueado e você já poderá utilizar a conta de pagamentos. Outra maneira é aguardar até que a funcionalidade seja disponibilizada para todos, porém ainda não se sabe quando isso irá acontecer.

Modelo GAFA

Segundo levantamento feito pela consultoria Accenture, o modelo “GAFA” – Google, Amazon, Facebook e Apple – estão entre as alternativas mais atraentes para as gerações mais jovens quando se fala em fornecedores de serviços financeiros.

No Brasil, 60% dos entrevistados da geração Y afirmaram que considerariam realizar transações financeiras com o chamado grupo GAFA. OU SEJA, se as experiências de cliente mais bem-sucedidas vêm das empresas desse modelo, é nelas que os Bancos devem se espelhar.

Como as instituições financeiras devem reagir?

Em outras palavras, as companhias do setor financeiro devem utilizar as novidades tecnológicas a seu favor e começarem, o mais rápido possível, a serem inovadoras. Considerando também a possibilidade de se aliar à essas big techs, uma vez que, a junção entre empresas de tecnologia e instituições financeiras vem se estreitando cada vez mais.

A transformação digital do mercado financeiro passa por tendências como a digitalização de dados, o Open Banking, o uso da Internet das Coisas na gestão de facilities e até mesmo a aplicação de Big Data e inteligência artificial para otimizar processos de cadastro. Além disso, a mobilidade se torna uma realidade, levando o banco para mais perto dos clientes.

Se bem aplicado, esse recurso auxiliará as empresas a serem mais dinâmicas e preparadas para lidar com as demandas dos seus clientes em uma economia digitalizada. Da adoção de aplicativos mobile à utilização de tecnologias de análise de dados para melhorar investimentos, todos os setores de uma organização da área podem ser melhorados. Para tanto, basta que a sua companhia avalie as ferramentas que podem ser úteis e, assim, aplique as mudanças necessárias para ter um ambiente mais inovador e pronto para lidar com as Big Techs.

Até onde vai o poder das big techs?

Recentemente uma questão controversa tomou conta das big techs: a suspensão e banimento (por parte do Twitter) do perfil do então presidente dos EUA, Donald Trump. Tudo aconteceu devido aos posts publicados por Trump durante a invasão de seus apoiadores ao Capitólio no dia 06/01, em protesto contra a validação da eleição de Joe Biden como o novo presidente do país.

Com isso, o Facebook (e Instagram), Snapchat, YouTube e outras plataformas de social media resolveram suspender o perfil oficial de Trump até o dia 20 de janeiro (quando Biden toma posse). Já o Twitter baniu permanentemente o perfil de Donald Trump, além de impedir que ele usasse a conta oficial da presidência (@POTUS) e também de outros de seus correligionários.

Após as medidas, justificadas como “violações das políticas das plataformas”, o Parler, rede social de viés conservador – e para onde boa parte do eleitorado de Trump pretendia migrar depois do banimento deste do Twitter – saiu do ar, depois que a Amazon (via AWS) baniu a empresa de seus servidores, sob a justificativa de “ser incapaz de moderar as mensagens incitando a violência”. No fim de semana, Apple e Google já haviam retirado a plataforma de suas lojas de aplicativos, com a mesma alegação da ausência de moderação.

Diante deste cenário diversos líderes se manifestaram preocupados com o poder das gigantes de tecnologia sobre a liberdade de expressão das pessoas mundo afora. Além disso, representa a ansiedade por parte dos governantes em aplicar regulamentações federais mais rígidas em cima dessas empresas.

Agora, a pressão sobre as big techs deve aumentar rapidamente. A União Europeia já vem desenhando duas leis de regulamentação tecnológica: a Lei de Mercados Digitais, que tentará atacar a concorrência desigual no setor, e a Lei de Serviços Digitais, que obrigará as Big Techs a assumirem mais responsabilidade por comportamento ilegal em suas plataformas. Agora, até onde você acha que vai a influência das big techs no mercado financeiro? Conta pra gente aqui nos comentários.


No Brasil, 60% dos entrevistados da geração Y afirmaram que considerariam realizar transações financeiras com o chamado grupo GAFA. OU SEJA, se as experiências de cliente mais bem-sucedidas vêm das empresas desse modelo, é nelas que os Bancos devem se espelhar.

Como as instituições financeiras devem reagir?

Em outras palavras, as companhias do setor financeiro devem utilizar as novidades tecnológicas a seu favor e começarem, o mais rápido possível, a serem inovadoras. Considerando também a possibilidade de se aliar à essas big techs, uma vez que, a junção entre empresas de tecnologia e instituições financeiras vem se estreitando cada vez mais.

A transformação digital do mercado financeiro passa por tendências como a digitalização de dados, o Open Banking, o uso da Internet das Coisas na gestão de facilities e até mesmo a aplicação de Big Data e inteligência artificial para otimizar processos de cadastro. Além disso, a mobilidade se torna uma realidade, levando o banco para mais perto dos clientes.

Se bem aplicado, esse recurso auxiliará as empresas a serem mais dinâmicas e preparadas para lidar com as demandas dos seus clientes em uma economia digitalizada. Da adoção de aplicativos mobile à utilização de tecnologias de análise de dados para melhorar investimentos, todos os setores de uma organização da área podem ser melhorados. Para tanto, basta que a sua companhia avalie as ferramentas que podem ser úteis e, assim, aplique as mudanças necessárias para ter um ambiente mais inovador e pronto para lidar com as Big Techs.

Até onde vai o poder das big techs?

Recentemente uma questão controversa tomou conta das big techs: a suspensão e banimento (por parte do Twitter) do perfil do então presidente dos EUA, Donald Trump. Tudo aconteceu devido aos posts publicados por Trump durante a invasão de seus apoiadores ao Capitólio no dia 06/01, em protesto contra a validação da eleição de Joe Biden como o novo presidente do país.

Com isso, o Facebook (e Instagram), Snapchat, YouTube e outras plataformas de social media resolveram suspender o perfil oficial de Trump até o dia 20 de janeiro (quando Biden toma posse). Já o Twitter baniu permanentemente o perfil de Donald Trump, além de impedir que ele usasse a conta oficial da presidência (@POTUS) e também de outros de seus correligionários.

Após as medidas, justificadas como “violações das políticas das plataformas”, o Parler, rede social de viés conservador – e para onde boa parte do eleitorado de Trump pretendia migrar depois do banimento deste do Twitter – saiu do ar, depois que a Amazon (via AWS) baniu a empresa de seus servidores, sob a justificativa de “ser incapaz de moderar as mensagens incitando a violência”. No fim de semana, Apple e Google já haviam retirado a plataforma de suas lojas de aplicativos, com a mesma alegação da ausência de moderação.

Diante deste cenário diversos líderes se manifestaram preocupados com o poder das gigantes de tecnologia sobre a liberdade de expressão das pessoas mundo afora. Além disso, representa a ansiedade por parte dos governantes em aplicar regulamentações federais mais rígidas em cima dessas empresas.

Agora, a pressão sobre as big techs deve aumentar rapidamente. A União Europeia já vem desenhando duas leis de regulamentação tecnológica: a Lei de Mercados Digitais, que tentará atacar a concorrência desigual no setor, e a Lei de Serviços Digitais, que obrigará as Big Techs a assumirem mais responsabilidade por comportamento ilegal em suas plataformas.

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